O gol salvador veio depois de quase duas horas de futebol. A Copa do Mundo voltou a ser decidida em uma prorrogação. Depois de um mês de bola rolando, muita polêmica, erros de arbitragem, muita vuvuzela tocando, veio o título. A Espanha é a campeã.
A África encerrou a Copa com um show de cores. Mas toda essa tecnologia nem se compara ao espetáculo da vida de um homem. A presença de Nelson Mandela no gramado foi o maior presente que os sul-africanos deram ao mundo.
Outro grande presente da noite estava reservado para um só país. A Espanha entrou em campo pedindo aos céus, olhando para o alto. A Holanda só olhava para baixo, atingindo joelhos e pernas, até atingir um adversário inteiro.
Foi a decisão mais violenta da história das Copas, com 13 cartões amarelos, oito para a Holanda. Quando os jogadores se lembraram da bola, os goleiros começaram a brilhar. Na cabeçada de Sérgio Ramos, o goleiro mais alto da Copa, Stekelenburg, usou seu 1,97 metro para fechar o gol.
No primeiro chute de Robben, a primeira defesa de Casillas. No segundo tempo, os dois se aproximaram muito mais. Casillas evitou o gol da Holanda com a ponta da chuteira, em uma defesa para ficar na memória das Copas. Robben perdeu de um lado, David Villa perdeu do outro. Casillas ganhou mais uma e levou o jogo para a prorrogação.
A decisão parecia condenada à loteria dos pênaltis. Jogadores repetindo os erros já cometidos em 90 minutos.
Até que a violência finalmente levou cartão vermelho. Heitinga foi expulso e a Holanda ficou com dez jogadores. Para a justiça se completar, o jogador que mais apanhou em campo se tornou o herói da decisão. Iniesta fez o único gol do jogo, o gol do título.
Na camiseta, a homenagem a um amigo: Dani Jarque, o jogador da Espanha que morreu de ataque cardíaco em 2009, aos 26 anos.
Os cinco minutos finais foram de festa no estádio. A Rainha Sofia, pulando na arquibancada, se tornou momentaneamente a rainha da folia. O mundo se curva diante de sua majestade, a Espanha.
O oitavo país campeão do mundo soube esperar pelo momento. Iniesta não gosta muito de falar, mas nem precisou. Os outros jogadores invadiram a entrevista.
A primeira Copa na África teve a primeira festa da Espanha campeã. O clube das estrelas douradas recebe de braços abertos os novos campeões.
